As varizes são veias superficiais dilatadas, tortuosas e alongadas, caracterizando uma alteração da circulação venosa do organismo. No Brasil, ocorrem em 35% das pessoas acima de 15 anos. Este número aumenta com a idade. Estima-se que uma em cada cinco mulheres e um em cada 15 homens seja portador desta moléstia, que, além de deformidade estética, pode ocasionar complicações e seqüelas graves. No nosso organismo possuímos três tipos de circulação: a arterial, que leva o sangue do coração ao resto do corpo; a venosa, que é responsável pela drenagem do sangue das extremidades do corpo para o coração; e a linfática. Tomando-se como ponto zero o coração, nota-se que o sangue venoso nos membros inferiores (pés, pernas e coxas) “corre” contra a ação da gravidade e também contra a pressão do abdome; por isso precisa lançar mão de certos subsídios para impedir o refluxo sanguíneo, ou seja, que o sangue que já subiu não desça novamente. Os mecanismos anti-refluxo são: o “bombeamento” do sangue pela musculatura da panturrilha (“batata da perna”); a estrutura da parede das veias superficiais nos membros inferiores, cuja espessura é normalmente resistente à dilatação; e a presença das válvulas (pequenas formações saculares dentro das veias), as quais não permitem o refluxo sanguíneo e direcionam o fluxo de baixo para cima. As condições que propiciam surgimento de varizes são aquelas capazes de debilitar a parede venosa, aumentar a pressão dentro da veia e/ou acometer a função das válvulas. Portanto, os principais fatores de risco são:
- Raça – a população afro-asiática é notoriamente menos acometida pela doença varicosa;
- Idade – influi na tonicidade dos tecidos;
- Sexo – a maior freqüência entre as mulheres possivelmente se deve ao hormônio feminino;
- Predisposição hereditária – um componente genético tem sido relacionado ao aparecimento das varizes, o que faria com que o indivíduo já nascesse com a tendência para tal;
- Obesidade – também influencia o tônus tecidual;
- Hábitos alimentares – a dieta pobre em fibras levam à constipação intestinal (prisão de ventre) e, conseqüentemente, ao aumento da pressão abdominal;
- Hábitos posturais – a permanência por mais de seis horas diárias na posição em pé ou sentado favorece a doença varicosa;
- Gravidez — as varizes ocorrem pela elevação das taxas dos hormônios femininos e também pela compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico, dificultando o retorno venoso;
- Uso de anticoncepcionais;
- Moda – cintas abdominais apertadas podem aumentar a pressão intra-abdominal e dificultar o retorno venoso;
- Tabagismo – favorece a formação de trombos no organismo. Este risco aumenta muito quando associado ao uso de anticoncepcionais;
- Pé plano;
- Sedentarismo.